domingo, 13 de marzo de 2016

Beata Ana Catarina Emmerich - "O obscurecimento da Igreja"

Beata Ana Catarina Emmerich
(1774-1824)


Beatificada por São João Paulo II a 3 de Outubro de 2004








O obscurecimento da Igreja

«Vi a relação entre dois Papas. Vi quão funestas seriam as consequências desta falsificação da Igreja. Vi-a crescer, vi os heréticos de todas as condições vir à cidade (Roma). Vi aumentar a tibieza do clero local, vi fazer-se uma grande escuridão. Então a visão cresceu por todos lados. Vi por todo o mundo comunidades católicas oprimidas, vexadas, presas e privadas de liberdade. Vi muitas igrejas fechadas. Vi grandes misérias produzir-se por todas as partes. Vi guerras e sangue vertida. Vi o povo selvagem e ignorante intervir com violência, mas isso não durou muito tempo. Vi de novo a visão na qual a Igreja de São Pedro era minada, seguindo um plano feito pela seita secreta, ao mesmo tempo que era deteriorada pelas tempestades. Mas vi também chegar ajuda quando o sofrimento alcançou o seu colmo. Vi de novo a Santíssima Virgem estender o seu manto sobre a Igreja. Vi um Papa que era gentil, mas ao mesmo tempo muito firme... Vi uma grande renovação, e a Igreja ascendeu muito alto». (AA.III.103)

«Vi a Igreja terrestre, é dizer, a sociedade dos fieis sobre a terra, o exército de Cristo no seu estado de passo sobre a terra, completamente obscurecida e desolada». (AA[1].II.352)

«Vós, sacerdotes, que não vos moveis! Estais dormidos e o redil arde por todos os lados! Não fazeis nada! Como chorareis por isso um dia! Si tivésseis rezado só um Pater! Vejo tantos traidores! Não suportam que se diga: “Isto está mal”. Tudo está bem aos seus olhos com tal de que possam glorificar-se com o mundo!» (AA.III.184)

«Vi as carências e a decadência do sacerdócio, assim como as suas causas. Vi os castigos que se preparam». (AA.II.334)

«Os servidores da Igreja são tão lassos! Já não fazem uso da força que possuem no sacerdócio». (AA.II.245)

«Se algum dia as almas reclamassem o que o clero lhes deve ao ocasionar-lhes tantas perdas pela sua falta de cuidado e indiferença, seria algo terrível!». (AA.II.342)

«Eles terão que dar conta de todo o amor, todas as consolações, todas as exortações, todas as instruções referentes aos deveres da religião, que eles não nos dão; de todas as bênçãos que não distribuem —apesar de que a força da mão de Jesus esteja sobre ele—, por tudo o que não fazem à semelhança de Jesus». (AA.II.358)

«... pelas carícias feitas ao espírito da época por parte dos servidores da Igreja». (AA.II.377)

«Vi relíquias deixadas ao abandono e outras coisas do mesmo género». (AA.II.347)

«... para uma infinidade de pessoas que tinham boa vontade, o acesso às fontes da graça do Coração de Jesus encontrava-se impedido e fechado pela supressão dos exercícios de devoção, pelo feche e a profanação das Igrejas». (AA.III.167)

«Tive uma visão concernente às faltas de incontáveis pastores e à omissão de todos os seus deveres para com o rebanho». (AA.II.347)

«Vi muitos bispos bons e piedosos, mas estavam mudos e débeis, e o mau partido muitas vezes empregava a força». (AA.II.414)

«Tudo isto me fez conhecer que a recitação da genealogia de Nosso Senhor diante do Santíssimo Sacramento, na festa do Corpus Christi, leva consigo um grande e profundo mistério. Conheci, por este meio, que, tal como entre os antepassados de Jesus Cristo, segundo a carne, muitos não foram santostendo sido inclusivamente pecadores—; não deixaram de ser, no entanto, degraus da escada de Jacob pelos quais Deus desceu até à humanidade. Do mesmo modo, também os bispos indignos permanecem capazes de consagrar o Santíssimo Sacramento e de conferir o sacerdócio com todos os poderes que lhe estão associados». (CC[2] 175)

«Vi numa cidade uma reunião de eclesiásticos, de laicos e de mulheres, os quais estavam sentados juntos, a comer e a divertir-se com coisas frívolas, e por cima deles uma nuvem escura que desembocava numa planície submergida nas trevas. No meio desta névoa vi a Satanás sentado numa forma horrível, e à volta dele estavam tantos acompanhantes como pessoas na reunião que tinha lugar em baixo. Todos estes maus espíritos estavam continuamente em movimento e ocupados em empurrar esta reunião de pessoas para o mal. Eles falam-lhes ao ouvido e actuavam sobre eles de todas as maneiras possíveis. Estas pessoas estavam num estado de excitação sensual muito perigoso e ocupados em conversas ociosas e provocantes. Os eclesiásticos eram desses que têm como principio: “É preciso viver e deixar viver. Na nossa época não se deve estar de parte nem ser um misantropo: devemos alegrar-nos com os que se alegram.”» (AA.II.488)

«Ele [Satanás] falava do seu direito. Como essa linguagem me surpreendia muito, foi-me explicado que ele realmente adquiria um direito positivo quando uma pessoa baptizada, que tinha recebido por Jesus Cristo o poder de vencer-lhe, pelo contrario, se entregava a ele pelo pecado livre o voluntario». (AA.II.489)

«Vejo uma quantidade de eclesiásticos castigados por excomunhão, que não parecem inquietar-se, nem sequer sabê-lo. E, não obstante, são excomungados quando tomam parte nessas empresas, quando entram em associações e se aderem a opiniões sobre as quais pesa o anátema. Vejo estes homens rodeados de uma nuvem como se fosse um muro de separação. Por isto se vê quanto Deus tem em conta os decretos, as ordens e as defesas do Chefe da Igreja e os mantêm em vigor inclusivamente quando os homens não se importam com aquilo, o renegam ou se riem». (AA.III.148).








[1] K. E. Schmoeger, Vie d’anne-Catherine Emmerich, 3 vols., Tequi, 1950.
[2] Vie de la Sainte-Vierge, Tequi Editor





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