Irmã Lúcia
(1907-2005)
Vidente das Aparições de Nossa Senhora de Fátima
“O
demónio está a travar uma batalha
decisiva contra a Virgem Maria”.
A 26 de Dezembro de 1957, o P. Agustín Fuentes,
sacerdote da diocese de Veracruz (México), e vice-postulador das causas de
beatificação de Jacinta e Francisco, falou amplamente com a Irmã Lúcia no
convento de Coimbra, em Portugal. Ao voltar ao México fez uma conferencia sobre
este encontro, referindo-se às palavras da Irmã Lúcia. O padre Joaquín Maria
Alonso (1), sublinhou que o relato
da conferencia foi publicado “com todas as garantias de autenticidade e com a
devida aprovação episcopal, incluindo a do Bispo de Fátima”. (2) Reproduzimos nesta publicação a
segunda parte da carta, depois de já termos publicado a primeira, na qual a
Irmã Lúcia explicava que «Deus vai
castigar o mundo de uma maneira tremenda [e como] a Rússia é o instrumento do castigo do Céu para todo o mundo»: http://apelosdenossasenhora.blogspot.pt/2016/10/irma-lucia-deus-vai-castigar-o-mundo-de.html
Eis aqui a segunda parte das palavras
ditas pela Irmã Lúcia ao P. Agustín:
«Senhor
Padre, o demónio está a travar uma batalha decisiva contra a Virgem Maria. (3)
E como sabe que é o que mais ofende a Deus e o que, em menos tempo, lhe fará
ganhar um maior número de almas, trata de ganhar para si as almas consagradas a
Deus, pois que desta maneira o demónio deixa também o campo das almas dos fiéis
desamparado e mais facilmente se apodera delas.
O que
aflige o Imaculado Coração de Maria e o Sagrado Coração de Jesus é a queda das
almas dos Religiosos e dos Sacerdotes. O demónio sabe que os religiosos e os
sacerdotes que caem da sua bela vocação arrastam numerosas almas para o
inferno. O demónio quer tomar posse das almas consagradas. Tenta corrompê-las
para adormecer as almas dos leigos e levá-las deste modo à impenitência final. (4)
Utiliza
todos os truques, chegando ao ponto de sugerir um atraso na entrada na vida
religiosa. O que resulta disto é a esterilidade da vida interior, e entre os
leigos uma frieza (falta de entusiasmo) quanto a renunciar aos prazeres e
dedicar-se totalmente a Deus.
Senhor
Padre, não esperemos que venha de Roma um chamamento à penitência, da parte do
Santo Padre, para todo o mundo; nem esperemos também que tal apelo venha da
parte dos Senhores Bispos para cada uma das Dioceses; nem sequer, ainda, das
Congregações Religiosas. Não. Nosso Senhor usou já muitos destes meios e
ninguém fez caso deles. Por isso, agora... agora que cada um de nós comece por
si próprio a sua reforma espiritual: que tem que salvar não só a sua alma mas
também todas as almas que Deus pôs no seu caminho...
O
demónio faz tudo o que está em seu poder para nos distrair e nos retirar o amor
à oração; seremos todos salvos ou seremos todos condenados».
Notas
importantes:
(1) O padre J. M. Alonso, sacerdote
clareteano, foi nomeado pelo Bispo de Leiria-Fátima, D. João Venâncio
(1954-1972), para ser arquivista oficial de Fátima. Escreveu uma obra
monumental sobre as Aparições de Fátima, intitulada Textos e estudos críticos sobre Fátima. Este trabalho, que
compreende 24 volumes, contendo 5793 documentos, foi completado em 1975, mas a
sua publicação proibida pelo bispo sucessor, D. Alberto Cosme do Amaral. Na
década de 1990, os dois primeiros volumes foram publicados, mas não integralmente.
(2) O encontro do P. Agustín Fuentes
com a Irmã Lúcia, e a conferência sobre este encontro, foi documentado em
profundidade por Frère Michel de la Sainte Trinité no vol. III da sua obra Toute la Vérité sur Fátima. Em Junho
de 1981, depois de ter pregado um retiro na Bretanha, o Padre Superior Georges
de Nantes confiou ao Frère Michel a tarefa de estudar num modo cientifico e
exaustivo as Aparições de Nossa Senhora em Fátima, bem como os seus pedidos, e
a relevância da Sua Mensagem para os nossos tempos.
(3) A Irmã Lúcia, numa carta escrita
à volta de 1980 em resposta ao hoje Card. Carlo Cafarra, e que este fez pública
numa entrevista em 2015 (http://apelosdenossasenhora.blogspot.pt/2015/10/irma-lucia-o-confronto-final-entre-o.html),
afirma que «O confronto final entre o Senhor e o reino de Satanás será sobre a
família e sobre o matrimónio».
(4) Este é recorrente nas Aparições
de Nossa Senhora em El Escorial:
(Apresentação das Aparições de
Nossa Senhora de El Escorial http://apelosdenossasenhora.blogspot.pt/2014/09/nossasenhora-de-el-escorial-espanha.html).
«Muitos sacerdotes, pela sua má
vida, pela sua falta de piedade, arrastam diariamente muitas almas para o fundo
do abismo. Façam oração, não desanimem, arrependam-se. Amo-os a todos, pois são
todos Meus filhos, mas quero que mudem as suas vidas! Quanto Me agradou a vida
de Santa Teresa! As suas orações constantes e a sua penitência para a salvação
das almas. Poucos conventos vivem a própria regra! Há conventos que ofendem a
Deus e vivem em relaxamento. Alguns conventos não são casa de oração, mas casa
de recreio. Que fizeram das suas regras? As flores desses conventos estão a
ficar murchas. Que façam mais oração e pensem mais em Deus» (Nossa Senhora, 20 de Janeiro de 1983:
«Já sei que estás a sentir umas
dores muito profundas, mas oferece-as pela salvação do mundo; oferece-as também
pela conduta do clero e pelo relaxamento futuro dos conventos; por todos os
Meus sacerdotes; pelos pecados de impureza que estão constantemente a ser
cometidos. Descuidaram a oração, esqueceram as coisas de Deus. Eles, com as
suas orações, podiam salvar muitas almas. […]
Essa dor que tu sentes é uma
centelha do Coração que tenho trespassado pela ingratidão de tantos pecadores.
Quando a sentires muito forte, procura oferecê-la pelas almas que não querem
saber, que querem condenar-se por sua própria vontade. Minha filha, oferece
tudo ao Pai Eterno em união com os Meus sofrimentos, a Minha morte na Cruz, as
dores da Minha Mãe; oferece tudo pela salvação do mundo. Em união Comigo, todos
os dias te darei duas horas de agonia; oferece-as pelos sacerdotes, pois Eu
estou constantemente a sofrer por eles. Não tenhas medo de sofrer; o sofrimento
é um tesouro que depressa será recompensado. Quero que faças muita penitência e
que rezes com muita devoção. Não deixes de receber o Meu Corpo, que Eu te
confortarei. […]
[Nossa Senhora:] Faz que se
conheçam as Minhas mensagens no mundo inteiro, pois estou a dar muitos avisos.
Os sacerdotes, bispos, cardeais, o clero na sua maioria, vão, muitos, pelo
caminho da perdição e, por causa deles, estão a condenar-se muitas almas. É
preciso rezar por eles. Oferece estas duas horas de agonia por eles. Diz a
todos que peçam perdão ao Pai Celestial, que os espera com os braços abertos.
Diz-lhes que rezem diariamente o Rosário, os quinze mistérios, e que o ofereçam
pela salvação das almas, pela conversão dos pecadores» (Nosso Senhor, 18 de Dezembro de 1981:
«Sim, Minha filha, tu não
imaginas quantas almas estão a subir ao Céu por meio das vossas orações. Estão
a subir ao Céu em tropel luminoso, em bandas luminosas e isto dá-Me muita alegria,
apesar da muita tristeza que tenho por tantos pecadores que não querem
salvar-se. Eu estou a suplicar por eles, mas não fazem caso; não querem
salvar-se. Já sei que estás a pedir pelos sacerdotes. Muitos sacerdotes não são
dignos nem sequer de uma oração; são os que estão a ofender constantemente o
Meu Filho. Sim, Minha filha, alguns sacerdotes, ministros do Meu Filho, pela
sua má vida, pelos seus erros e irreverências, pela sua má disposição ao
celebrar os Santos Mistérios, pelo amor ao dinheiro, à honra e aos prazeres
carecem da devida pureza. Os pecados das pessoas consagradas bradam ao Céu e
atraem a vingança, e eis que a vingança está às suas portas, porque já não se
encontra quase ninguém para implorar misericórdia e perdão para o povo, não há
almas generosas, nem há quase ninguém digno de oferecer a Vítima sem Mancha ao
Eterno em favor do mundo. Deus vai castigar dum modo sem precedentes.
Ah, Minha filha! Pobres dos
habitantes da terra e dos ministros da Igreja. Deus vai lançar o Seu Castigo e
ninguém poderá subtrair-se a tantos males juntos. Sim, Minha filha, alguns
sacerdotes ofendem muito o Meu Filho; muitos deles não são dignos de celebrar
os Sagrados Mistérios da Eucaristia, pela sua falta de fé e pelas suas mãos
manchadas de impurezas. Virá um grande Castigo sobre eles, pois têm ainda mais
responsabilidade que os outros, porque estão a condenar muitas almas. Sim,
Minha filha, certos chefes e guias do povo de Deus descuraram a oração e a
penitência, e o demónio obscureceu as suas inteligências. Os maus livros serão
abundantes sobre a terra; os espíritos das trevas espalharão por toda a parte o
relaxamento universal em tudo o que exige o serviço de Deus. O Vigário do Meu
Filho terá muito que sofrer, porque durante um tempo a Igreja será entregue a
grandes perseguições; será o tempo das trevas; a Igreja terá uma crise
horrorosa. Sim, Minha filha, abolir-se-á todo o poder civil e eclesiástico.
Cada indivíduo terá de se guiar por si mesmo e impor-se aos seus semelhantes.
Toda a justiça será abolida e em breve não se verá mais por todo o lado senão
homicídios, ódios, discórdias, sem amor na Humanidade nem nas famílias.
Sim, Minha filha, sim, muitos
sacerdotes estão a destruir o amor ao Meu Filho, muitos, Minha filha. Muitas
almas estão a condenar-se pelo mau exemplo de todos eles. Não quero pensar no
Castigo que se lhes avizinha. Meus filhos, ajudai-os a todos com as vossas
orações; rezai por eles e fazei muitos sacrifícios; rezai para que as suas
almas se purifiquem: O Meu Filho leva uma cruz muito pesada por todos eles. Não
vos importeis com o sofrimento porque, depois, olha o que os espera. Que
maravilhoso é tudo isto. Aqui não há invejas, Meus filhos, aqui não há maldade,
tudo é amor, tudo é felicidade, tudo é pureza. Sofrei, Meus filhos, pois vale
a pena sofrer para alcançar tudo isto. Sê humilde, Minha filha, pois já sabes
que a humildade é a base principal de tudo, e a soberba é a que condena todos
os seres humanos, pois o Inferno está cheio de soberbos, e Satanás formou o seu
exército com a soberba. Sê humilde, Minha filha, guarda obediência ao teu
director espiritual e atende os seus conselhos. Distribuí as Minhas mensagens
por todos os lugares do mundo» (Nossa
Senhora, 20 de Novembro de 1981:
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